Abril é mês de mobilização na luta pelos direitos fundamentais indígenas. E, hoje, 19 de abril, lembramos da luta e da resistência dos povos originários do Brasil pela vida, por igualdade de direitos, respeito por sua identidade, histórica e valores culturais.
Abril é mês de mobilização na luta pelos direitos fundamentais indígenas. E, hoje, 19 de abril, lembramos da luta e da resistência dos povos originários do Brasil pela vida, por igualdade de direitos, respeito por sua identidade, histórica e valores culturais. No Brasil, há atualmente 818 mil indígenas (Censo 2010), pertencentes a 305 etnias. Em 1500 eles eram cerca de 5 milhões.
Celebrada desde 1943 como “Dia do Índio” essa data passa a ser ressignificada pelos povos originários como o “Dia da Resistência Indígena”, já que a comemoração, segundo lideranças, enaltece uma figura romantizada e o termo “índio” ainda é associado a questões como preguiça, selvageria e atraso tecnológico.
As imagens que ilustram esse post são dos Apiakás, registradas por Hercule Florence enquanto desenhista da Expedição Langsdorff (1825 – 1829) em aquarelas, que hoje pertencem Arquivo da Academia de Ciências de São Petersburgo, e em seu manuscrito L’ami des Arts que faz parte do acervo do IHF. Além dos Apiakás, o desenhista também retratou em seu manuscrito sete etnias indígenas, entre elas Munduruku, Guató, Bororo e Xavante Paulista. Confira a galeria de obras feitas por Hercule a partir de seus encontros com indígenas.
Em 1828, durante seu encontro com os Apiakás, Hercule descreveu: “Os homens tatuam o rosto, tatuagem que é sempre a mesma em todos, enquanto a das mulheres é mais simples e uniforme. Além da do rosto, que parece uma distinção tribal, capricham os homens em desenhos do tipo, espalhados pelo peito e pelo ventre, em que predominam quadrados e ângulos retos, paralelos entre sim.”
Entre 1850 e 1960 os Apiakás foram submetidos ao brutal regime de trabalho dos seringais e vitimados por epidemias. Em dois séculos de contato perderam a língua e o modo de vida tradicional. Sua população hoje é estimada em 500 a 1000 pessoas.
Em 2015 o IHF realizou a exposição “O olhar de Hercule Florence sobre os índios brasileiros” onde reconstruiu a trajetória de diversos grupos indígenas a partir dos registros de Hercule Florence.