Em maio de 2023 os primeiros experimentos fotográficos de Hercule Florence completaram 190 anos. Para celebrar a data, o Instituto Hercule Florence (IHF) e o Instituto Moreira Salles (IMS) organizaram o “Seminário Internacional Cento e Noventa Anos dos Experimentos Fotográficos de Hercule Florence - com apresentação dos resultados das análises científicas que comprovam suas conquistas pioneiras”.
O evento reuniu nomes de especialistas nacionais e internacionais como, Art Kaplan, António Candeias, Grant e Ariadna Romer, Boris Kossoy, Márcia Rizzutto, Sergio Burgi, Millard Schisler, Patricia de Fillipi, Iara Schiavinatto, Maria Inês Turazzi, entre outros.
Resultado de uma parceria inédita entre quatro instituições, IHF, IMS, Getty Conservation Institute e Laboratório HERCULES (HERANÇA CULTURAL, ESTUDOS E SALVAGUARDAS) da Universidade de Évora., um grupo de cientistas, pesquisadores e estudiosos analisou três objetos fotográficos, uma de um diploma maçônico e uma de rótulos de farmácia de 1833 (acervo do IHF), e uma fotografia de rótulos de farmácia (acervo do IMS).
Para verificar os processos de Florence, as imagens foram examinadas no Laboratório HERCULES por um grupo de especialistas em conservação liderado por Art Kaplan, cientista adjunto do Getty Conservation Institute, e António Candeias, professor do departamento de química e bioquímica e pesquisador sênior do Laboratório HERCULES da Universidade de Évora. O estudo contou ainda com a colaboração do acadêmico norte-americano Grant Romer; da pesquisadora mexicana Ariadna Romer; dos professores brasileiros Boris Kossoy e Márcia Rizzutto, da Universidade de São Paulo; dos pesquisadores Millard Schisler (responsável pelo acervo), Sergio Burgi (coordenador de fotografia) e Guilherme Dias, do Instituto Moreira Salles; e da pesquisadora responsável Francis Melvin Lee, do Instituto Hercule Florence.
Diretor do Museu Paulista entre 1917 e 1945, Afonso Taunay considerava Hercule Florence o "Patriarca da Iconografia Paulista” e reconhecia seus desenhos como documentos da natureza e do cotidiano do século XIX brasileiro. Nos anos 1920, encomendou a diversos artistas uma série de pinturas para o museu, e de azulejos para o Museu Republicano Convenção de Itu, utilizando como matrizes os desenhos e as aquarelas de Florence. Fruto do convênio entre o IHF e o Museu Paulista da Universidade de São Paulo (MP/USP), nos anos de 2019 e 2020, uma equipe de trabalho foi constituída para pesquisar essas encomendas, resultando no Seminário Internacional “Museu Paulista e as memórias das narrativas de Aimé-Adrien Taunay e Hercule Florence”, no E-book com o mesmo título, no webinário “Hercule Florence, a produção de imagens e as exposições do Museu do Ipiranga e do Museu Republicano”, na exposição virtual “Cinco pintores visitam Hercule Florence”, além de verbetes digitais de artistas.
Resultado de parceria entre o Museu Paulista da Universidade de São Paulo (MP/USP) e o IHF, esse projeto buscou deter a degradação física do documento original, além de assegurar sua preservação para as gerações futuras. O texto foi transcrito e traduzido para tornar seu conteúdo acessível. Com a atual tecnologia, abriu-se uma nova perspectiva de pesquisa: técnicas de digitalização com infravermelho possibilitaram a leitura da escrita a lápis que se encontrava oculta sob a tinta ferrogálica, revelando uma nova camada de registros. O documento e outras informações sobre o projeto encontram-se disponíveis no site O caderno de Aimé-Adrien Taunay: histórias, descobertas e percursos.
Realizado em parceria com o Atlas dos Viajantes da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM), consiste em um mapa interativo na plataforma Google Earth que assinala os locais percorridos e mencionados por Hercule Florence na seção Voyage Fluvial du Tiété à l’Amazonie do conjunto documental L’Ami des Arts Livré à Lui-Même. Cada lugar sinalizado no mapa foi averiguado com base em documentos complementares, como outros relatos de viajantes, mapas, bases de dados cartográficas, relatórios institucionais e depoimentos de habitantes das regiões. Após a pesquisa os locais foram georreferenciados e estão disponíveis de forma interativa, em conjunto com trechos do relato de viagem e imagens produzidas por Hercule Florence. Com pesquisa de João Carlos Cândido Santos e Moema de Bacelar Alves.
O IHF foi convidado a fazer parte da plataforma Google Arts & Culture, ao lado de algumas das mais importantes instituições de arte do mundo, como o British Museum, de Londres, o Guggenheim, de Nova York e o Museu d'Orsay, de Paris. O IHF exibe parte do seu acervo na plataforma, além das exposições Cinco Pintores Visitam Hercule Florence e O Olhar de Hercule Florence Sobre os Índios Brasileiros.
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Primeira iniciativa editorial do IHF, é também a primeira edição integral deste manuscrito, redigido por Florence entre 1837 e 1859 como compêndio ilustrado de sua vida e obra. Contém, além de sua autobiografia, a descrição de suas invenções e a versão final do relato da viagem fluvial empreendida pela Expedição Langsdorff (1825-1828). A obra física, apresentada em uma caixa revestida em seda, foi impressa em dois volumes, fac-símile e transcrição, é composta por 300 exemplares numerados e está disponível para compra. Tanto a transcrição, quanto o fac-símile também estão disponíveis para download gratuito.
Realizada de 6 de maio a 30 de junho de 2015 na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM), a exposição reuniu desenhos e aquarelas de Hercule Florence, trechos do diário em que narra suas experiências da viagem fluvial, além de fotografias e obras de outros viajantes, peças etnográficas dos grupos indígenas retratados por ele e informações sobre a atual situação dessas etnias. Em 2016, a mostra ganhou itinerância, percorrendo centros culturais no interior paulista – Porto Feliz, Tupã, Campinas e Ribeirão Preto. Ganhou também uma montagem no IV Fórum Brasileiro de Filantropos e Investidores Sociais (São Paulo). O projeto do IHF realizado por meio do ProAC, contou com curadoria, pesquisa e textos de Glória Kok e Francis Melvin Lee.