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Inauguração da Sala Hercule Florence no MIS-Campinas celebra a inovação e a história da fotografia

segunda-feira, 20 de maio de 2024

Os visitantes terão acesso a cronologia da vida de Florence e suas invenções, com protótipos tridimensionais, vídeos, totens, painéis e QR Codes explicativos

Rubens Fernandes Filho, Fernanda Pitta, Francis Lee e Sergio Burgi durante a inauguração da Sala Hercule Florence 

Foi inaugurada no último sábado, dia 18 de maio, a Sala Hercule Florence no Museu da Imagem e do Som (MIS) de Campinas. A nova sala, dedicada ao pioneiro da fotografia no Brasil, marca um importante capítulo na história da fotografia e no reconhecimento do inventor e artista-viajante.

Os visitantes têm acesso a cronologia da vida de Hercule Florence e das experiências relativas à invenção da fotografia por meio de protótipos tridimensionais reconstruídos a partir dos manuscritos originais e acompanhados de vídeos, totens, painéis e QR Codes explicativos.

Uma celebração de parcerias e legados

A cerimônia de abertura contou com a presença de importantes nomes da cultura e da fotografia. Ricardo Lima, fotógrafo e coordenador do Festival Hercule Florence, abriu a cerimônia destacando a relevância histórica de Hercule Florence e a importância de preservar sua memória.

“Trata-se de um espaço que nos convida a redescobrir nossa história e a nos inspirar para o futuro. Que todos possam sentir a força criativa e pulsante que sempre esteve presente neste solo”, reforçou o fotógrafo.

Ana Angélica Costa, fundadora da Câmera Lúcida e parceira de Ricardo Lima no projeto da Sala Hercule Florence, destacou a importância cultural da inauguração para Campinas, cidade que abriga um legado significativo de Florence.

Em seguida, o diretor do MIS, Alexandre Sônego, enfatizou que o novo espaço representa um passo crucial para o museu, que busca se consolidar como um centro de referência para a imagem e o som no Brasil. "É um orgulho para nós trazer ao público um espaço dedicado a um dos pioneiros da fotografia mundial", afirmou Sônego.

Sala Hercule Florence

Sergio Burgi, do Instituto Moreira Salles (IMS), anunciou a aquisição da Coleção Cyrillo Hercules Florence. Ele revelou que, com as investigações em Évora, é possível estimar entre 10 e 12 itens fotográficos de Florence. "Vamos realizar análises adicionais para aprofundar nosso entendimento sobre essas peças", disse Burgi. Ele destacou os paralelos entre as técnicas fotográficas do século 19 e as tecnologias contemporâneas, agora condensadas em dispositivos como smartphones.

Reflexões Sobre o Legado de Hercule Florence

Rubens Fernandes Filho compartilhou sua experiência de mais de 20 anos pesquisando Hercule Florence. Ele mencionou diversos projetos que não se concretizaram, mas ressaltou que o trabalho do inventor nunca foi esquecido, com várias publicações desde o século XIX evidenciando sua importância.

A curadora e professora doutora da Divisão de Pesquisa em Arte, Teoria e Crítica do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP), Fernanda Pitta, apresentou um vídeo e comentou sobre a exposição "Nem os mortos sobreviverão", de Adrià Julià, que explora a relação entre arte e ciência. Ela enfatizou a experimentação na obra de Florence, contrastando elementos como o ouro valioso e o corpo visceral (urina), e a cópia inimitável.

Importância das parcerias

Durante o evento, a Secretária de Cultura de Campinas, Alexandra Caprioli, destacou o papel das parcerias na realização deste projeto, que contou com o apoio do Programa de Ação Cultural (ProAC). Francis Lee, superintendente do Instituto Hercule Florence (IHF), agradeceu aos parceiros envolvidos e apresentou um teaser das análises fotográficas feitas em Évora, Portugal, ressaltando a importância da colaboração para manter viva a memória de Hercule Florence.

+ Conheça os resultados das análises físico-químicas dos objetos fotográficos de Hercule Florence

As análises físico-químicas da qual Francis se refere, foram realizadas em 2022 e reuniu quatro instituições, IHF, IMS, Getty Conservation Institute e Laboratório HERCULES (HERANÇA CULTURAL, ESTUDOS E SALVAGUARDAS) da Universidade de Évora. Um grupo de cientistas, pesquisadores e estudiosos analisou três objetos fotográficos: diploma maçônico e duas fotografias de rótulos de farmácia de 1833 (uma pertencente ao IHF e outra ao IMS). Em maio de 2023 outra parceria entre o IHF e o IMS trouxe ao público os resultados desse minucioso estudo durante o “Seminário Internacional Cento e Noventa Anos dos Experimentos Fotográficos de Hercule Florence” com a participação de especialistas como Art Kaplan, António Candeias, Grant e Ariadna Romer, Boris Kossoy, Márcia Rizzutto, Sergio Burgi, Millard Schisler, Patricia de Fillipi, Iara Schiavinatto, Maria Inês Turazzi, entre outros.


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