A vida em invenções: Hercule Florence e a Photographie
"O homem só exerce a plenitude de sua natureza divina quando inventa, quando cria." (Hercule Florence)
De 30 de outubro de 2025 a 30 de abril de 2026, entra em cartaz a exposição A vida em invenções: Hercule Florence e a Photographie, no Centro de Cultura e Turismo Sesc Ver-o-Peso, em Belém do Pará, durante o período da COP30, tendo como fio condutor a vida e a obra do artista-inventor Hercule Florence (1804-1879) e a sua descoberta do processo fotográfico no Brasil.
Realizada pelo Sesc no Pará e pelo Instituto Hercule Florence (IHF), a mostra promove um diálogo com o Núcleo de Fotografia do Sesc Ver-o-Peso e tem como parceiros o Instituto Moreira Salles (IMS) e a Casa da Floresta UNESP/Instituto Peabiru. A curadoria é de Francis Melvin Lee (IHF), Júlia Kovensky (IMS) e Anna Cláudia Agazzi (Instituto de Artes da UNESP).
A exposição ocupa um andar inteiro do Sesc Ver-o-Peso. Lá, o visitante poderá acompanhar uma linha do tempo que coloca em paralelo os fatos marcantes da vida de Florence, seus inventos e sua participação como desenhista na Expedição Langsdorff (1825-1829), que percorreu mais de 13 mil quilômetros pelo interior do Brasil, principalmente por vias fluviais, partindo de Porto Feliz, em São Paulo, até alcançar o Grão-Pará e retornar por mar ao Rio de Janeiro.
Painéis incluem reproduções de imagens que contextualizam e detalham seus experimentos relativos à invenção da fotografia na cidade de Campinas (SP), em 1833, seis anos antes do anúncio público da descoberta por Louis Daguerre, na França. Em seus manuscritos, ele foi o primeiro a cunhar a palavra "photographie" (imprimir com a luz, em francês) e a descrever o uso de sais de ouro como substância fotossensível para obter imagens.
Protótipos das câmeras fotográficas e do suporte para fotografias de contato inventados por Florence foram especialmente construídos para a mostra por Roger Sassaki, seguindo as anotações que o próprio inventor registrou em seus diários. A relação com o acervo permanente do Sesc Ver-o-Peso, que conserva raros equipamentos fotográficos confeccionados nos séculos XIX e XX, oferece ao público uma compreensão cronológica da história da fotografia.
Outra invenção, a zoofonia, técnica que Florence criou para registrar o som dos animais, principalmente das aves, inspirou uma instalação sonora imersiva no espaço da escadaria que dá acesso ao andar da exposição. Realizada em parceria com a Casa da Floresta UNESP/Instituto Peabiru, com curadoria de Anna Claudia Agazzi, traz pássaros de miriti executados por artesãos paraenses, envolvidos pela música composta por Alvise Migotto e intervenções de peças de Albery Albuquerque e Tiago Albuquerque, criadas a partir dos cantos e sons de animais amazônicos.
Acompanhe a programação de abertura:
- 30/10 (quinta), das 10h às 12h: roda de conversa com o público sobre as análises científicas que comprovam o pionerismo das pesquisas fotográficas de Florence, com participação de Francis Melvin Lee e Érika Beraldo, do IHF;
- 31/10 (sexta), às 17h: visita à exposição mediada pela curadoria;
- 08/11 (sábado), das 9h às 14h: vivência “Fotografar o (in)visível, modos de ver e não Ver-o-Peso”, com João Kulcsár;
- 04/11/2025 a 30/04/202: visitas mediadas à exposição e ao acervo "Máquinas para Filosofar”, e leituras de portfólio mediadas pela fotógrafa Paula Sampaio, responsável pelo Núcleo de Fotografia do Sesc Ver-o-Peso.
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